2023 ano de perdas e aprendizados
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2023 ano de perdas e aprendizados, logo no início levou a pessoa que eu mais amava, minha mãezinha,
janeiro nem tinha terminado, em meio a dor, minha cachorrinha Xuxinha de 15 anos também foi fazer companhia para minha amada mãezinha,
chega fevereiro, outro cachorrinho de 13 anos, Leozinho, que criei desde o nascimento (a mãe dele morreu no parto), também virou estrelinha,
cuidei da minha mãe por sete anos seguidos, depois dela ter sofrido um AVC, no mesmo ano de 2016, precisou de amputar sua perna direita devido a problemas circulatórios,
sempre tive consciência que caso ela fosse antes de mim, com meus bichinhos idosos seria um efeito dominó,
mas com certeza não imaginava que seria em tão curto tempo, a dor dentro de mim era quase que insuportável,
2023 ano perdas e aprendizados para mim…
ao longo do ano ainda tive mais algumas perdas, e agora no final do ano tive um grande aprendizado:
o poder da palavra NÃO, uma palavra tão pequena que se falamos quando necessário, poderá evitar grandes problemas na vida,
para entender melhor vou retroceder algum tempo antes,
minha mãe em meio aos problemas de saúde foi diagnosticada com demência mista, demência vascular e Alzheimer,
em 2022 a demência estava progredindo assustadoramente, me dedicava 24hs por dia a cuidar dela,
foram indas e vindas de emergências e hospitais, não me reconhecia mais, hora eu era sua mãe, hora eu era enfermeira, outras vezes eu era uma desconhecida,
até então eu vivia em paz com minha mãe (dentro do que a demência permitia) e meus bichinhos,
quando uma tia (84 anos) em 2022 se desentendeu com sua filha (minha prima) e pediu para vir para minha casa,
o que me comoveu e despertou minha compaixão foi ela ter me dito que a sua única filha e os netos haviam falado que iram colocá-la num asilo,
expliquei a situação da minha mãe, mas se não tivesse outra forma que ela poderia sim vir morar na minha casa e cuidaria dela com muito carinho,
Eu não fazia ideia na época de que estava abrindo as portas da minha casa para o mal,
só agora no fim de ano que entendi que estava convivendo com uma pessoa tóxica,
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a razão e intuição me dizia para dizer NÃO, mas o coração dizia sim e assim resolvi acolher a minha tia,
2023 um ano de perdas e aprendizados,
dessa forma mais um grande aprendizado, o poder da palavra NÃO,
eu tinha todas as desculpas para dizer não, não dá, e ninguém iria me condenar por dizer não,
porém pensei na época, quem cuida de uma, cuida de duas, afinal minha tia era lúcida, tomava banho sozinha, andava, para a idade dela tinha uma boa saúde,
Apenas a visão era baixa, mas a casa pequena e simples acreditei que em pouco tempo se adaptaria,
na verdade ela sempre foi uma pessoa muito difícil de lidar com todos a sua volta, porém sempre acabamos dando desculpas,
ela é assim por isso ou aquilo ou ainda, ela tem um temperamento difícil,
e vamos suportando as diferenças, a toxicidade da pessoa, e sempre acreditei que com a idade e sofrimentos pelas quais passamos ao longo da vida, amadurecemos,
então quando uma pessoa que sempre foi arrogante, dona de si e acredita ser dona da verdade,
vem até você vulnerável pedindo socorro e dizendo que qualquer colchão no chão serve, o que pensar?
pois é…se sua resposta é não acreditar na pessoa, meus parabéns pela sua maturidade,
no meu caso aprendi da pior forma possível,
obviamente não coloquei ela num “colchãozinho” como ela havia me sugerido, cedi minha cama e fui eu a ir dormir no chão,
Quem cuidou de alguém com demência sabe que a casa seja ela grande ou pequena, luxuosa ou simples, é preciso uma adaptação diária conforme a doença avança,
era o caso da minha mãe, sempre adaptando as condições da saúde ou falta de saúde, tinha parado de trabalhar, realmente me dedicava a cuidar dela,
Antes da minha tia vir para minha casa, tinha alertado ela que minha mãe não vivia em tempo real,
se ela falasse alguma coisa desagradável para não levar em consideração e nem levasse para o lado pessoal,
as vezes (na verdade quase sempre) falava praticamente a noite toda, e minha tia respondeu que não tinha problema uma vez que ela mesma não conseguia dormir,
sofria havia mais de 30 anos de insônia, que tomava remedios e que se incomodaria, então eu disse:ok 👍
logo que chegou falou e reclamou da filha e netos, o quanto eram ingratos e blá-blá-blá…deixei ela falar, afinal precisava desabafar,
uma das suas queixas antes de vir para minha casa era que não a deixavam falar, quando entrava em um cômodo da casa, saiam e a deixavam falando sozinha,
então no início deixei ela falar o quanto quisesse, só pedia para não alterar a voz por causa do estado da minha mãe,
pessoas com demência não suportam muito barulho, ouvir conversas em voz alta, se assustam e acalmar é um desafio,
Minha tia veio em outubro de 2022, no dia 31 de dezembro (hoje faz exato um ano) minha mãezinha foi internada no hospital,
Claro que com isso, a atenção foi toda dirigida a minha mãe, minha irmã ficou em casa cuidando da minha tia, depois começamos a nos revesar,
Nos primeiros dias fiquei no hospital direto, claro que é muito difícil, então hora eu ia, hora minha irmã,
com o passar dos dias em que minha mãe estava internada, minha tia até cooperou, ficou na dela e respeitou nos respeitou,
Acabei adoecendo e o hospital me mandou embora e disse para eu ir ao médico, e minha irmã também que ficaria com nossa mãe,
“se trate e descanse para você poder estar bem quando mãe voltar para casa” e assim fiz,
dois ou três dias depois, dia 19 de janeiro de 2023 minha irmã me liga de madrugada e me dá a notícia em prantos da nossa grande perda,
“Nossa mama descansou” 😭😭😭
eu não entendia, pois os médicos tinham dito pela manhã que no dia seguinte dariam alta e minha mãe estaria em casa,
dizem que quando alguém está prestes a ir para outro plano, há uma melhora significativa no doente, a última esperança se foi…
nos dias seguintes eu ficava entre um estado de entorpecimento e crises de choro, tentando aceitar a perda e claro, os cuidados com minha tia,
dois ou três dias depois da minha grande perda minha tia declarou que queria voltar para Portugal, a casa da filha e dos netos,
eu olhei incrédula para ela,
depois de falar horrores da filha e dos netos, dizer que nunca mais queria voltar pra Portugal e em meio a dor que a minha família estava vivendo?!?!?!
Como assim???
Resperei fundo, engoli meu choro e disse calmamente: tá bom, liga para seu neto e diga a sua decisão para tomarmos as medidas necessárias.
Ela ligou e adivinhem? Não a queriam lá, mas não disseram claramente, apenas que as coisas não funcionavam como ela queria, que isso demandava tempo.
pensei: como pode? Para mandá-la pra cá não tiveram que se preocupar com nada, simplesmente a mandaram,
Mais um aprendizado: quem quer faz, quem não quer arruma desculpas.
senti raiva, profunda tristeza, perdida…nem sei descrever os sentimentos que tive, mas hoje sei que pessoas tóxicas não suportam não ser o centro das atenções,
e dessa forma ela conseguiu ser o centro da atenção, então pedi que a levassem ee casa por alguns dias para me recompor,
ficou dez dias fora, quando voltou eu estava mais conformada com minha perda, e ela decidida a ficar e me tratar de agora em diante como filha e não apenas sua sobrinha,
reoganizei a minha casinha e pensei: agora é retomar a vida em paz eu e ela até quando Deus quiser!
Que ingenuidade a minha 🙄
Comecei a viver o inferno em vida 🥺
Mais uma vez 2023 ano de perdas e aprendizados,
quem fala mal dos próprios pais ou próprios filhos, com certeza não tem respeito e gratidão por nada e nem ninguém!
esse inferno que vivi deixarei para outro artigo em breve,
No último dia do ano que escrevo aqui, estou me recuperando, através de estudos de pessoas tóxicas,
também me permitindo viver meus lutos (até isso foi roubado de mim) e entender que uma palavra tão pequena de três letras NÃO,
pode evitar grandes, enormes problemas na nossa vida!
Que o próximo ano seja de paz, alegrias e prosperidade para nós 🙏
Quer saber um pouquinho sobre mim? Leia sobre Ariana Vorobieff (a página não está atualizada ainda)
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